Por que cozinhar nos tornou humanos
- Gabriel Costa
- 19 de mar. de 2016
- 2 min de leitura
Segundo o primatológo de Harvard, Richard Wrangham, o ato de cozinhar, posterior a descoberta do fogo pelos ancestrais do homem, contribuiu bastante para um melhor aporte energético, menos tempo de digestão e mastigação de alimentos (o que ocasionalmente aumentou o tempo livre da espécie), diminuição do estômago e do intestino e maior desenvolvimento do cérebro (por eficiência nutricional da comida e por diversos fatores, como a complexidade da sociedade e da comunicação). Muitos bioantropólogos dizem que é somente uma teoria, e que não tem um embasamento concreto ainda para transformar em fato científico (e eu concordo), porém, a teoria de Richard é bem plausível de realmente se fortalecer, com o avanço das descobertas arqueológicas e antropológicas. Também, só de refletirmos sobre as mudanças que uma dieta cozida e uma dieta crua pode ter feito em uma espécie do gênero Homo, é realmente quase impossível de acreditar que o ato de cozinhar os alimentos não tenha causado uma mudança drástica no corpo desses ancestrais, seja quando for, na história do nosso gênero. Sua teoria completa pode ser lida em seu livro, chamado: Pegando Fogo - Por que cozinhar nos tornou humanos.

Neste livro, Richard vai da arqueologia e antropologia à nutrição, abordando temas bastante interessantes. Por exemplo, em um capítulo ele fala sobre estudos de déficit nutricional realizado com crudíveros (pessoas que comem apenas alimentos crus), fala também sobre como provavelmente o fogo contribuiu para a construção de uma sociedade e até da divisão social do trabalho, ainda descreve minuciosamente diversas vezes o comportamento de diferentes espécies de macacos. Por fim, da uma aula de conhecimentos básicos de achados da arqueologia. Ao ler, nota-se que o autor tem um vasto conhecimento sobre antropologia. No livro, ele cita até o famoso e revolucionário etnólogo Levi-Strauss (que escreveu o famoso livro Tristes Trópicos - descrevendo a realidade indígena do Brasil, com um dom raríssimo de tocar a alma com poucas palavras), fazendo algumas críticas interessantes ao seu outro livro, O cru e o cozido. É uma ideia bem interessante, não?
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