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Os benefícios do café

  • Gabriel Costa
  • 15 de fev. de 2016
  • 5 min de leitura

Figura 1. Café: da relevância histórica e consumo mundial até a descoberta de seus benefícios pela ciência.

Arte: Pamela Oliveira.

O café é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo. Muitas culturas, como a nossa, tem costume de beber café todos ou quase todos os dias. De acordo com estatísticas da Europa e da América do Norte em 1992, aproximadamente 90% dos adultos consideram-se consumidores diários de pelo menos 2 xícaras de café. Felizmente, é uma bebida que vem se mostrando ter diversos efeitos benéficos para a saúde de seus consumidores, além de ser prazerosa (quem aí não gosta de um cafezinho logo ao acordar ou depois do almoço?). No entanto, é uma bebida que tem algumas, porém poucas, contraindicações. Vamos falar um pouco mais sobre essa bebida.

O café tem mais de 1000 componentes, sendo então uma mistura bem complexa, principalmente de aromas. Muitos desses tem atividade antioxidante. Portanto, o café é uma das fontes de antioxidantes mais consumidas mundialmente! Dentre os componentes mais abundantes, estão a cafeína e o ácido clorogênico. O café também tem alguns micronutrientes, como a vitamina E, magnésio, potássio e niacina. Por fim, ainda há os diterpenos, o kahweol, o cafestol e as melanoidinas. Todos esses compostos variam de café para café, dependendo de fatores como o tipo de café utilizado e até o método de processamento. Cada um desses compostos acima tem apresentado efeitos para a saúde, se consumidos até um certo limite. O que devemos entender é que, apesar dos compostos descobertos, o café como um conjunto desses compostos, tem mostrado um alimento com diversos efeitos benéficos para a saúde, em diversos estudos com diversas metodologias diferentes, variando de estudos com ratos até estudos epidemiológicos em humanos.

Figura 2. Pé de café.

Essa bebida secular data sua história como início no século IX, sendo originários da Etiópia, difundindo-se pelo mundo provavelmente pela Europa e pelo Egito. No Brasil, já foi um produto de altíssimo valor comercial, principalmente para seus estados produtores, como São Paulo. Para destacar sua importância histórica na economia brasileira, deixo aqui uma citação do livro Tristes Trópicos de Claude Lévi-Strauss: “Depois de fartar-se de ouro, o mundo sentiu fome de açúcar, mas o açúcar, por sua vez, consumia escravos. O esgotamento das minas – precedido, aliás, pela devastação das florestas que forneciam combustível para as caldeiras -, a abolição da escravatura e, por fim, uma demanda mundial crescente orientam São Paulo e seu porto de Santos para o café. De amarelo, e depois branco, o ouro passou a negro. ”

Até hoje, o Brasil é o maior produtor, segundo dados da Organização Mundial do Café.

Café e composição corporal

O café tem efeito termogênico, devido a cafeína presente na sua composição. Aceleração de batimentos cardíacos (cuidado para quem tem pressão alta), aumento do metabolismo e aumento da sensibilidade ao hormônio insulina (fazendo com que os carboidratos da sua alimentação sejam utilizados de forma mais eficiente, necessitando menos insulina para absorvê-los), são alguns de seus principais efeitos.

Café e doenças

O café está se provando ajudar a prevenir doenças como diabetes tipo 2, doenças coronárias, AVC, alguns cânceres e até Parkinson. Todos esses achados podem ter relação com os antioxidantes do café, que diminuem inflamações se a célula estiver em um estado pró-oxidante. Sabe-se que muitas doenças apresentam essa mesma característica em comum.

Em um estudo mais radical, por mais estranha que essa pesquisa pareça ser, alguns pesquisadores encontraram a relação do café com a diminuição da incidência de suicídio. Mais estudos precisam ser feitos.

Café e músculos saudáveis

Figura 3. Estrutura molecular da cafeína ilustrada em uma xícara de café.

O músculo esquelético é um dos maiores órgãos do corpo. Também tem função endócrina, secretando substâncias que influenciam o corpo.

O café tem se mostrado induzir autofagia (processo altamente benéfico para a renovação e manutenção de um músculo saudável), aumento da sensibilidade a insulina, estimulação da absorção de glicose pelo músculo, diminuição do progresso da sarcopenia e ainda estimula a regeneração do músculo injuriado após uma atividade física intensa, por exemplo. No entanto, os estudos que concluíram isso foram todos ainda testados e ratos, e é preciso mais estudos, principalmente em humanos, para confirmar esses efeitos.

A cafeína, sendo um composto altamente encontrado no café, também tem efeito de poupar glicogênio muscular e aumentar a oxidação de gorduras, estimulando a enzima lipase sensível a hormônio. Esse efeito ocorre pela troca de utilização de um substrato pelo outro.

Cafeína e performance esportiva

Figura 4. Ronnie Coleman tomando um cafézinho!

A cafeína melhora a concentração, reduz a fadiga e melhora o estado de alerta. Esses efeitos em si já podem aumentar a performance. Alguns estudos mais recentes defendem que a cafeína aumenta a força de contração muscular, mas ainda são necessários mais estudos quanto a isso.

Algumas contraindicações

Pessoas com ansiedade, crianças e neonatos prematuros, lactantes e grávidas, hipoglicemia, insônia, síndrome do pânico, úlcera péptica, pessoas com hipertireodismo, fumantes, entre outros. O café também pode causar dependência!

As pessoas com alguma disfunção renal ou hepática também devem consultar um médico ao consumir café. Indivíduos com refluxo gastroesofágico podem ter seu quadro agravado pelo consumo de café.

O consumo em excesso de café pode causar diversos problemas, como: ansiedade, diarreia, gastrite, dor de cabeça, hipoglicemia, insônia, irritabilidade, náusea, palpitações, tremores, vômitos, entre outros sintomas. A cada aproximadamente 200mL de café podem ser encontrados de 80 a 140mg de cafeína, mas esses valores variam muito. Em geral, não é recomendável ingerir mais que 500mg dessa substância por dia, mas esses valores podem ser variar, dependendo da sua sensibilidade. Consulte um profissional da saúde nesses casos.

REFERÊNCIAS

AJ, Dirks-Naylor. The benefits of coffee on skeletal muscle.. Life Sciences, United States, v. 143, p. 182-186, nov. 2015.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes trópicos. 1 ed. São Paulo - SP: Schwarcz S.A., 2014. 455 p.

LIANG, Ningjian; KITTS, David D.. Antioxidant Property of Coffee Components: Assessment of Methods that Define Mechanisms of Action. Molecules, Suíça, v. 19, n. 11, p. 17066-19252, nov. 2014.

WIKIPEDIA. Café. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/caf%c3%a9>. Acesso em: 06 fev. 2016.

Tyrala EE, Dodson WE. Caffeine secretion into breast milk. Arch Dis Child 1979;54:787-800.

Nawrot P, Jordan S, Eastwood J, et al: Effects of caffeine on human health. Food Addit Contam 2003;20:1-30.

Roehrs T, Roth T. Caffeine: sleep and daytime sleepiness. Sleep Med Rev. 2008;12:153-162. Epub 2007 Oct 18. Review.

Zevin S, Benowitz NL. Drug interactions with tobacco smoking: an update. Clin Pharmacokinet 1999;36:425—38.

Paluska SA. Caffeine and exercise. Curr Sports Med Rep. 2003 Aug;2(4):213-9.

PESTA, D. H. et al. The effects of caffeine, nicotine, ethanol, and tetrahydrocannabinol on exercise performance. Nutrition & Metabolism (London), Londres, dez. 2013.

 
 
 

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