Tucum: Conheça esse fruto repleto de cultura e de alto valor nutricional
- Gabriel Costa
- 5 de jan. de 2016
- 3 min de leitura

O Tucum é um fruto aromático comestível de polpa vermelho-avemelhada de uma palmeira chamada Astrocaryum vulgare, conhecida como Tucum ou Awarra. Cresce principalmente no Brasil, nas Guianas, no Peru, na Venezuela e áreas vizinhas. O fruto produz polpa e óleos em seu núcleo.
O fruto apresenta 5.9% de seu peso úmido em proteínas, 19.5% em carboidratos, 5.7% em fibras e 22% em lipídeos. É então uma boa fonte de gorduras, carboidratos e fibras, sendo uma fruta com teores energéticos bem balanceados.
Os óleos mais encontrados no Tucum são o Ácido Palmítico e o Ácido Oleico, respectivamente. Seu óleo então contém menos gorduras saturadas e uma quantidade muito maior de Ácido Oleico (Omega-9) que os Óleos de Palma (Dendê). Contém uma alta quantidade de gorduras insaturadas, que ajudam a diminuir o LDL e a regular o colesterol no geral. As gorduras no todo também participam da síntese de hormônios, na estrutura e função celular, na síntese de prostaglandinas e na via de veículo para vitaminas lipossolúveis. No fruto, há a presença de vitamina E, fitosteróis como o beta-sitosterol e o campesterol. Também apresenta uma quantidade considerável de beta-caroteno. Esses nutrientes são essenciais para o corpo. A vitamina A e a vitamina E participam de diversas funções celulares, e apresentam capacidades antioxidantes. A palmeira é originária do bioma Cerrado, sendo caracterizado por fatores abióticos extremos, como longos períodos de estiagem, queimadas ocasionais e solos ácidos com presença de metais pesados, então é de se esperar que a planta e seus frutos desenvolvam capacidade de resistência ao estresse. Os fitosteróis apresentam capacidade de redução do colesterol.
Ainda, seu alto teor de fibras ajudam a prevenir doenças como diabetes, câncer de cólon, doenças cardíacas, obesidade e tumores retais. Também ajudam na prevenção da constipação e hemorróida. Você conhece o Anel de Tucum?

Anel de tucum é um anel feito da semente de tucum. É utilizado por fiéis cristãos como símbolo do compromisso preferencial das igrejas, especialmente da Igreja Católica, com os pobres. O anel tem sua origem no Império do Brasil, quando jóias feitas de ouro e outros metais nobres eram utilizados em larga escala por membros da elite dominante para ostentarem sua riqueza e poder, e também o matrimônio. Os negros e índios, não tendo acesso a tais metais, criaram o anel de tucum como um símbolo de pacto matrimonial, de amizade entre si e também de resistência na luta por libertação. Era um símbolo clandestino cuja linguagem somente eles compreendiam. É impressionante como certas plantas e frutas apresentam uma história tão densa e interessante! Os que utilizam esse anel defendem tais causas, nem que possam ser mortos por tais ideais. Portanto, o anel de tucum é coisa séria. REFERÊNCIAS GONZAGA, Agnaldo Divino. Anel de Tucum: a missão evangelizadora de PedroCasaldáliga, bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia. Dissertação (Mestradoem Ciências da Religião) – Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2005.
F.O.J., Oboh; R.A, Oderinde. Analysis of the pulp and pulp oil of the tucum (Astrocaryum vulgare Mart) fruit. Food Chemistry, [S.L], v. 30, n. 4, p. 277-287, set./out. 1987. OBOH, Fred O.J.. The food potential of Tucum ( Astrocaryum vulgare ) fruit pulp. International Journal of Biomedical and Health Sciences, Nigeria, v. 5, n. 2, 2008. REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Análise da proteção antioxidante promovida por extratos de Tucum-do-cerrado (Bactris setosa). Disponível em: <http://repositorio.unb.br/handle/10482/15174>. Acesso em: 05 jan. 2016. REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Efeito antioxidante do tucum-do-cerrado [Bactris setosa] em ratos submetidos ao etresse oxidativo induzido por ferro. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/handle/10482/15159>. Acesso em: 05 jan. 2016. WIKIPEDIA. Anel de Tucum. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Anel_de_tucum>. Acesso em: 05 jan. 2016.
Opmerkingen