Mel com Própolis: Alimentos com múltiplos benefícios
- Gabriel Costa
- 27 de nov. de 2015
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Mel O mel é um alimento que contém um alto teor de açúcares, mas também contendo minerais, proteínas, enzimas, vitaminas e polifenóis. Dentre os polifenóis, os flavonóides são os mais encontrados, e deles se deriva diversos efeitos benéficos, como: inibição da inflamação, melhora do perfil de lipídios no plasma, capacidades antitumorais, redução da glicose circulante e por fim efeitos antibactericidas e antibacteriostáticos.
O mel é utilizado ainda em conjunto com leite, em uma quantidade de 5 a 10mL, para diminuição da tosse aguda em crianças, 30 minutos antes de dormir. Acredito que seja melhor que um medicamento, e deve ser testado.
É preciso ter cuidado com o consumo excessivo, assim como todo o alimento, pois pelo seu alto teor de açúcares simples, pode elevar o açúcar no sangue. Essa elevação apresenta diversos riscos para a saúde, como inflamação, aumento dos lipídeos no plasma, dentre outros. Ou seja, todos os seus efeitos benéficos podem ser inúteis se o seu consumo for excessivo. Seu índice glicêmico médio é de 70, apesar das diferenças de açúcares simples entre suas diferentes composições. Por último, é preciso saber distinguir mel de melato. O mel é um produto natural de abelhas fabricado a partir do néctar das flores (mel floral) e de secreções de partes vivas das plantas, ou de excreções de insetos sugadores de partes vivas das plantas (mel de melato). Própolis O própolis também apresenta características semelhantes ao mel, como: compostos antimicrobicidas (devido a seus álcoois e alguns óleos), estimulante do sistema imune, propriedades antioxidantes, protetoras do fígado, compostos anti-inflamatórios, propriedades anticancer, capacidades antiosteoporose. Ele também é utilizado para tratar resfriados comuns e doenças do trato respiratório. Por fim, alguns pesquisadores já estão encontrando propriedades anticariogênicas no mel. Estudos já indicaram que a adição de própolis ao mel, aumentou significantemente a quantidade total de moléculas com capacidades bioativas. Dois alimentos milenares

Desde a Antiguidade a própolis já era utilizada como medicamento popular no tratamento de feridas e infecções. As histórias das medicinas das civilizações Chinesa, Tibetana, Egípcia e também a Greco-Romana são ricas, todas contendo em seus escritos antigos centenas de receitas onde entram principalmente mel, própolis, larvas de abelhas e às vezes as próprias abelhas, para curar ou prevenir enfermidades. É um composto que está relacionado à proteção da colônia pelas abelhas. Elas utilizam como produto higienizador sobre os favos e paredes internas do ninho e para recobrir animais mortos que não conseguem remover da colmeia, evitando sua decomposição e contaminação do ninho. É também utilizada para vedar ou reduzir aberturas da colmeia, auxiliando a regulação da temperatura interna e a defesa contra inimigos. Por esse motivo, a palavra própolis vem do grego [“pro”=em favor de] + [“polis”=cidade], isto é, em favor da cidade. Os gregos chamavam própolis, as portas de uma cidade. Sugestivo, não? As vezes olhar a origem das palavras faz todo o sentido.
Já o mel, é utilizado como alimento pela raça humana desde as primeiras espécies, como os Hominins, que compreendem os humanos atuais e todos os seus antepassados! O mel é um alimento de alta densidade energética e adocicado, então é de se esperar que fosse extremamente procurado. Portanto, é um alimento que participou ativamente da evolução do homem. Dizem as lendas que Alexandre, O Grande, foi embanho em mel após sua morte, para ser enterrado na sua cidade natal, a Grécia. O mel era utilizado dessa forma porque é relativamente baixo em umidade, por isso dificulta a proliferação de microorganismos em seu meio.
REFERÊNCIAS
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