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Cálcio: mantendo seus ossos, contraindo seus músculos e fazendo diversas outras funções

  • Gabriel Costa
  • 10 de nov. de 2015
  • 6 min de leitura

É o mineral mais abundante no organismo humano. Compõem 1,5 a 2% do peso corporal total, onde 99% estão nos ossos e 1% no plasma e nos tecidos. É um mineral essencial para a estrutura e manutenção dos ossos, sendo também regulador de funções vitais no corpo. Funções:

1. Síntese de matriz óssea

O osso é um tecido dinâmico, onde atuam células chamadas osteoblastos e osteoclastos, que em conjunto fazem turnover ósseo, que é a deposição e retirada de cálcio desse tecido. O osso é um reservatório importante de cálcio para manutenção das suas concentrações no sangue. Um osso com suas concentrações adequadas de cálcio, é um osso saudável. Em crianças, há mais formação óssea do que diminuição. Em adultos, há o equilíbrio. Em mulheres em pós-menopausa, há maior diminuição (por isso elas precisam tomar mais cálcio após esse período, assim como quando estão grávidas ou lactantes). Por fim, em idosos, há também maior diminuição, por isso essa população tem alto risco para desenvolver a osteoporose. 2. Proteínas de coagulação

As proteínas de coagulação necessitam de cálcio para sua atividade. 3. Contração muscular A contração muscular é dependendo de cálcio. 4. Células do sistema imune Os sinais de cálcio regulam a ativação e diferenciação de células do sistema imune chamadas linfócitos, que apresentam grande importância na imunidade. Metabolismo geral: O cálcio é absorvido no intestino delgado, sendo sua absorção aumentada se na presença de vitamina D. Muitos dos alimentos que contém cálcio, contém também essa vitamina. Em contraste, sua absorção pode ser diminuída se na presença de ácido fítico (presente em sementes e grãos - inibidor moderado), ácido oxálico (presente no espinafre, na batata-doce e no feijão). Além disso, a cafeína, e dietas com alto teor de proteínas aumentam a excreção nos rins desse mineral. O cálcio no sangue é então transportado por uma proteína chamada Proteína Transportadora de Cálcio, e chega aos tecidos para realizar suas funções. O metabolismo do cálcio é regulado por um hormônio chamado Paratormônio, que é secretado pela Glândula Paratireóide, que se localiza logo abaixo da glândula tireóide. Esse hormônio detecta se há baixas concentrações de cálcio no sangue, e então mobiliza as reservas (o tecido ósseo) para regular os níveis do mineral na corrente sanguínea. Por isso a falta de cálcio na dieta está relacionada com a osteoporose, cujo principal sintoma é o enfraquecimento ósseo, e também outras doenças como a osteomalária e o raquitismo. Recomendações Diárias: Adultos (>51 anos) => 1200mg Adultos 19-50 anos (incluindo mulheres lactantes e grávidas) => 1000mg Adolescentes e crianças de 9 a 18 anos => 1300mg Crianças 4 a 8 anos => 800mg Crianças 1 a 3 anos => 500mg O máximo é de 2500mg para crianças de 1 a 8 anos, 3000mg para crianças de 9 a 18 anos, 2500mg para adultos até 51 anos, e de 2000mg para adultos acima de 51 anos. Contate sempre o seu nutricionista para adequar sua ingestão. Vale lembrar que essas tabelas geralmente estão em atualização regular. Fontes dietéticas: Leite (200mL): 240mg Leite de soja enriquecido (200mL): 240mg Leite de amêndoa (200mL): 90mg Iogurte (150g): 207mg Cottage, ricota (200g): 138mg Queijo cheddar, parmesão (30g): 240mg Cream cheese (30g): 180mg Ovo (1 unidade): 27mg Sardinha (60g): 240mg Brócolis cru (120g): 112mg Essas são algumas fontes dietéticas com valores segundo o site da International Osteoporosis Foundation, procure seu nutricionista para adequar sua ingestão sempre. Atenção mulheres:

Curioso observar que muitas mulheres atletas apresentam falta de cálcio na dieta, e muitos dos alimentos que contém componentes que atrapalham sua absorção e aumentam sua excreção, como batata-doce, café e alimentos proteicos em alta quantidade, são amplamente utilizados pelas mesmas, além de terem dietas monótonas, que levariam por si só a uma deficiência de cálcio. A osteoporose é um dos 3 sintomas da Tríade da Mulher Atleta, síndrome que atinge muitas atletas nos dias de hoje (lembrando que com ossos fracos, aumenta-se o risco de lesões ósseas pelo exercício, e até lesões diárias). Os outros 2 sintomas são transtornos alimentares (que levam à Tríade) e amenorréia. Sim, você não leu errado, amenorréia: ausência de menstruação! O cálcio também pode ajudar a prevenir a síndrome pré-menstrual em doses que serão estabelecidas pelo seu médico para tal. Então mulheres, cuidado! Cuidado sobretudo com o padrão de beleza imposto pela sociedade, e o novo tipo de padrão alimentar exposto como saudável pelos meios sociais, onde a dieta é somente composta de frango e batata doce!

Mas de onde o cálcio vem? Você sabia que o cálcio é um dos minerais mais abundantes da crosta terrestre? Ele também compõem 8% da crosta da Lua, além de estar presente em diversos planetas! Curioso como os átomos das estrelas e planetas são em grande parte os mesmos átomos que compõem o corpo humano! Isso te diz alguma coisa?

O cálcio não é encontrado em estado livre na terra, estando sempre como constituinte de rochas ou minerais de grande interesse industrial. Fica, quando dissolvido por ação das águas das chuvas, disponível aos seres vivos, fazendo parte dos esqueletos, conchas, carapaças, paredes celulares das células vegetais, cascas calcárias de ovos. Com isso, o cálcio chega a nós humanos, por meio dos animais e vegetais da cadeia alimentar, fazendo parte da nossa nutrição, sendo então útil para todos os processos citados aqui. Por fim, com a morte dos seres vivos, o cálcio é devolvido ao ambiente. Isso tudo é chamado Ciclo do Cálcio, na Geografia.

Estudos recentes têm demonstrado que a queima de combustíveis fósseis, tais como o carvão e o petróleo, assim como a extensa produção da indústria de produtos cárneos, vem contribuindo cada vez mais para aumentar a acidez do oceanos. Esses processos libertam altas quantidades de gás carbônico (CO2) na atmosfera, que, absorvido pela água, se transforma em ácido carbônico (H2CO3), alterando a dinâmica da hidrosfera. A ação desse ácido afeta diretamente o esqueleto calcário de muitos organismos aquáticos. Como conseqüência, os seres vivos, componentes da biosfera, sofrem perturbações e o equilíbrio das cadeias tróficas é quebrado. Além disso, as altas concentrações de gás carbônico na atmosfera promovem um aumento gradativo da temperatura global, pondo em risco a criosfera (regiões da superfície terrestre cobertas permanentemente por gelo e neve). Isso aponta para uma necessidade de melhor compreensão das relações entre os seres vivos no planeta. REFERÊNCIAS GRACITELLI, Mauro E.C. et al . Paratormônio e osteoporose: encontrando o fio da meada. Bases fisiológicas para utilização do PTH no tratamento da osteoporose. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 46, n. 3, p. 215-220, June 2002 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302002000300003&lng=en&nrm=iso>. access on 10 Nov. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302002000300003 OTIS, Carol L. et al . A tríade da atleta: posicionamento oficial. Rev Bras Med Esporte, Niterói , v. 5, n. 4, p. 150-158, Aug. 1999 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86921999000400007&lng=en&nrm=iso>. access on 10 Nov. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86921999000400007. Standing Committee on the Scientific Evaluation of Dietary Reference Intakes - Panel on Dietary Reference Intakes, Food and Nutrition Board, Institute of Medicine (IOM). Dietary Reference Intakes for Calcium, Phosphorus, Magnesium, Vitamin D, and Fluoride. The National Academy of Sciences Press, Washington DC; 1997 National Institute of Health Clinical Center and The Office of Dietary Supplements. Dietary Supplement Fact Sheet: Vitamin D. Retrieved December 1, 2005. Available on the World Wide Web at http://ods.od.nih.gov/factsheets/vitamind.asp International Osteoporosis Foundation. Calcium content common foods, 2015. Disponível em: <http://www.iofbonehealth.org/osteoporosis-musculoskeletal-disorders/osteoporosis/prevention/calcium/calcium-content-common-foods>. Acesso em: 10 de nov. 2015. IOM (Institute of Medicine). 2011. Dietary Reference Intakes for Calcium and Vitamin D. Washington, DC: The National Academies Press. STEINER, João E.. A origem do universo. Estud. av., São Paulo , v. 20, n. 58, p. 231-248, Dec. 2006 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142006000300022&lng=en&nrm=iso>. access on 10 Nov. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142006000300022. SANCHEZ, Alberto et al . Acumulación de carbono orgánico total y carbonato de calcio en la zona de oxígeno mínimo del Pacífico nororiental mexicano. Rev. mex. cienc. geol, México , v. 30, n. 1, abr. 2013 . Disponible en <http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1026-87742013000100017&lng=es&nrm=iso>. accedido en 09 nov. 2015. COWSPIRACY: O segredo da sustentabilidade, Kip Andersen e Keegan Kuhn, Los Angeles, A.U.M. Films e First Spark Media, 26 de Junho, 2014. 1 DVD (91 minutos). SANTOS, Ubiratan de Paula. Poluição, aquecimento global e repercussões na saúde.Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo , v. 53, n. 3, p. 193-194, June 2007 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302007000300004&lng=en&nrm=iso>. access on 10 Nov. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302007000300004. CARNEIRO, Celso Dal Ré and TONIOLO, João Cláudio.A Terra 'quente' na imprensa: confiabilidade de notícias sobre aquecimento global. Hist. cienc. saude-Manguinhos [online]. 2012, vol.19, n.2, pp. 369-390. ISSN 0104-5970. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702012000200002. Bertone-Johnson ER, Hankinson SE, Bendich A, et al. Calcium and vitamin D intake and risk of incident premenstrual syndrome. Arch Intern Med 2005;165:1246-5 GUYTON, Arthur C. e HALL, John E. GUYTON E HALL TRATADO DE FISIOLOGIA MÉDICA 12/ED. Reid IR, Ames RW, Evans MC, et al. Effect of calcium supplementation on bone loss in postmenopausal women. N Engl J Med 1993;328:460-4. Bischoff-Ferrari HA, Willett WC, Wong JB, et al. Fracture prevention with vitamin D supplementation: a meta-analysis of randomized controlled trials. JAMA 2005;293:2257-64. Douglas, Carlos Roberto. Fisiologia Aplicada À Nutrição. 2ª Edição. Brasil: Guanabara Koogan, 2006. 1130. BAYNES, J. W.; DOMINICZAK, M. H. Bone Metabolism and Calcium Homeostasis. In: Baynes, John W. EUA: Medical Biochemistry, Chapter 26, 343-352. NELSON, D. L.; COX, M. M. (1984). Princípios da Bioquímica Lehninger. 5 a edição. Nova York: Sarvier, 2010. 1274 p.

 
 
 

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