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Selênio: antioxidante e protetor contra doenças

  • Gabriel Costa
  • 10 de mai. de 2015
  • 5 min de leitura

O selênio é um mineral abundante em diversos alimentos de espécie vegetal e animal. É bem conhecido sobre a sua capacidade antioxidante, podendo prevenir envelhecimento, doenças como o câncer e inflamação, e ajudar em áreas como a nutrição esportiva, se tomado sempre em dose recomendada e adequada.

Previne as células do corpo de sofrerem degradação por um processo chamado oxidação. Atua como cofator na enzima chamada glutationa peroxidase, que é responsável por transformar espécies reativas de peróxido de hidrogênio e outros peróxidos em água e outras espécies que não são danosas, ao corpo. O mineral também atua mantendo os níveis de hormônio da tireóide, mantendo a função do sistema imune.

O selênio atua em conjunto com outros antioxidantes, como a vitamina E e a vitamina C. Por isso a importância de uma dieta balanceada em todos os nutrientes sempre, a diversidade é sempre a chave. Doenças metabólicas como fenilcetonúria, homocistinúria e doença da urina em xarope de ácer, necessitam de uma suplementação com selênio para garantir suas recomendações diárias. Procure seu nutricionista, ele saberá a dose e como proceder.

Fontes do mineral

Os de origem vegetal que apresentam bons teores são: castanha-do-brasil (>100mcg/unidade), alho, couve, repolho, brócolis, soja, pão de trigo integral, arroz, dentre outros. Sem dúvida, a castanha-do-brasil é o alimento vegetal que mais contém selênio por unidade.

Castanha-do-Brasil: A maior fonte vegetal sem dúvida é a da castanha-do-brasil, apesar de seu teor variar muito de uma para a outra. Ela vem da planta Bertholletia excelsa, nativa da Amazônia, sendo altamente nutritiva (por esse motivo é altamente utilizada pelos povos locais). Na medicina popular a casca do caule deste vegetal é utilizada como chá ou sumo para o tratamento de moléstias crônicas do fígado e como antimalárica (uma das doenças que mais mata no mundo), e a água do fruto contra hepatite. Vale lembrar que a planta foi classificada como vulnerável de extinção segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), devido ao deflorestamento da região amazônica. A maioria das sementes é enviada para a Europa.

Os alimentos mais comuns de origem animal que apresentam os melhores teores de selênio são: Atum, ostras, camarão, salmão, porco e bife, frango, fígado, dentre outros. Para maiores informações sobre a quantidade de selênio nos alimentos, recomendo consulta em tabelas, mas em geral, se você apresenta uma alimentação balanceada e rica em diversos tipos de alimentos, dificilmente terá déficit nesse mineral.

Doses diárias recomendadas

Adultos e adolescentes (14 a 18 anos): 55mcg/dia.

Crianças: Variam de 20-30mcg/dia.

Bebês: 15-20mcg/dia.

Mulheres grávidas: 60mcg/dia.

Mulheres lactantes: 70mcg/dia.

A quantidade máxima tolerada sem toxicidade para adultos de selênio é de 400mcg/dia.

As doses de selênio, principalmente nos grupos de risco (principalmente bebês, lactantes, grávidas), precisam ser sempre acompanhadas de um nutricionista, porque a dose precisa ser muito bem ajustada.

Hiperdosagem de selênio

O selênio em altas doses pode causar toxicidade. A selenose, apresenta sintomas como mudanças na pele na unha, quedas dentárias e de cabelo, náusea, fadiga, irritabilidade e anormalidades neurológicas e do trato gastrointestinal. O mineral em doses maiores que as recomendadas durante um período longo de tempo também pode causar diabetes, no entanto os estudos não são ainda conclusivos.

Selênio: uma abordagem regional

Os alimentos de origem vegetal acumuladores de selênio que crescem em solos que são ricos em selênio (como no caso do Brasil), em geral acumulam bastante desse mineral. Algumas regiões da China (Keshan), da Nova Zelândia, da América do Norte e da Finlândia apresentam solos pobres nesse nutriente, podendo haver deficiência do mesmo em suas populações. No Keshan, em 1979, houve o primeiro caso de indicação de deficiência em selênio em sua população, e na Mongólia, Tibete, Coréia do Norte e Sibéria também já houve casos de doenças relacionadas a deficiência desse mineral (doença de Keshan-Beck). A Nova Zelândia conseguiu concertar essa deficiência em uma parte de sua população recentemente. Nos países desenvolvidos, como exemplo a América do Norte, suas populações não apresentem déficit nesse nutriente, e muitas vezes até ultrapassam as doses diárias recomendadas. Crianças desnutridas recebendo terapia parenteral também já foram reportadas apresentando déficit em selênio, sendo então um problema recorrente nos países onde a desnutrição é presente, principalmente na África e em diversos países subdesenvolvidos dos outros continentes. Nem todos os pacientes desnutridos conseguem receber um tratamento adequado.

REFERÊNCIAS

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